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O sopro, conta o mito de origem, foi o instante preciso em que nos tornamos humanos. O que era apenas matéria inerte, inócua, ausente em tempo e espaço, desprovida de qualquer significação, moldada apenas aos desígnios de um criador, foi preenchida de vida e de sentidos. Porém, involucrados e impregnados dessa humanidade, nunca mais nos foi possível desnudarmos. O corpo assim se impôs a transformar-se incessantemente, do sagrado ao mundano, do imanente ao transcendente, tornou-se espectro e representação de si e de outrem, todavia, mesmo quando supostamente desnudo, permaneceu e se perpetuou vestido, como que em uma maldição cotidiana.
Regressar ao barro, desvencilhar da pele em que habitamos e sentir a plenitude da nudez, é apenas o começo de um perscrutar às avessas das questões intrínsecas ao corpo. Distanciar-se de suas origens e padrões culturais, suas historicidades, formas e funções básicas e buscar novos diálogos a partir de uma nudez simbólica.
em beve
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