Quando me propus a criar esse pequeno espaço pré configurado para disponibilizar parte do meu trabalho em fotografia, vi que havia uma sessão "blog", soube de início que seria um grande exercício e um enorme desafio. Eu poderia falar, ou melhor, escrever sobre meus trabalhos e nesse sentido fazer uma autocrítica do que produzo e me testar enquanto interlocutor. Mas nunca imaginei que um dia eu teria coragem de postar minha despretensiosa produção textual. Deixemos um pouco as imagens de lado. Esse “post “refere-se apenas e tão somente aos meus escritos. Não sou pretensioso em achar que sou um poeta, mas tenho que ser corajoso em poder compartilha-los. Bem ou mal, esse textos só existirão de fato ao serem lidos. Então, fui a minha caixinha de Pandora e escolhi quatro! Não espero que gostem, aliás eu não espero nada!!!
texto_01: Marina
Pobre Marina
Vultosa importância
Acalentas distâncias
Sustentas o lar
Suave Marina
Chegada e partida
Em brisa respiras
O canto do mar.
Ave Marina
Portuas crendices
Dispensas tolices
Recantas a fé.
Reage Marina
Atraca à vida
Desfaze medidas
Culmina mulher.
Texto_02: O começo do fim é fim do começo
O começo da pipoca é o salto
O fim do salto é o chão
O começo da queda é o alto
O fim do alto é anão
O começo do namoro é o fim da amizade
O fim da razão é o começo do padre
O fim da memória é esquecer
O começo da glória é morrer
O fim do saber é não crer
O começo da morte é viver
O fim da causa é o começo do efeito
O fim da alma é o começo do leito
O começo do fim é o fim do começo
O meio do texto é papel
O meio do dedo é anel
O meio do nada é nada
O meio de tudo é cada
texto_03: Beatriz.
Ô Beatriz, o que foi que eu te fiz.
Para que me fizestes acordar assim
Não sei se parti ou se ali fiquei
Não sei se morri ou se morrerei
Ô Beatriz eu mal a conheço
Será que eu mereço.
Esse momento pra sempre
Essa angustia latente.
Ô Beatriz, qual seu interesse.
Que eu sobrevivesse.
Para rever meus valores.
E viver meus amores.
Ô Beatriz com que intenção
Segurastes minha mão.
Ao testar minha fé
Sobre o que é ou não é
Ô Beatriz com que direito
Causastes esse efeito
De escrever para ti
E contestar o que vivi.
Diz Beatriz,
Se é coincidência
Ou apenas destino
Se é penitência
Ou um desatino.
Se é puro acaso
Ou é força oculta
Se houve descaso
Pago essa multa.
Diz Beatriz
Quem é você
Eu só sei o seu nome
Quem é você
O que quer que eu tome
Quem é você
Qual a sua magia
Será por você
Que a morte se adia
Texto_04: Fênix
O poder a mim concedido
De ressurgir das cinzas
Só fez alimentar
O desejo de ser cinza.
Não peço para que me tinjas
Dê-me cores definitivas
Renuncio a eternidade da fênix
Por um momento como
O marido da cabeleireira